quinta-feira, 31 de julho de 2014

Premonição

Sob um céu noturno Com as estrelas como testemunhas; Com o som de um riacho correndo livre ao fundo; Com o vento que brinca entre as árvores chamando à vida; O corpo permanece estático, vazio, indiferente... Sua alma vaga por eras, pelos tempos, pelas lembranças, Buscando um sentido, uma fagulha de razão na atitude dela, Mas em vão, tudo em vão... Seu empenho, seu amor, sua entrega, seus esforços. Tudo isso não teve, ou terá, significado para ela. Seu coração blindado, Sua razão inquebrantável; Sua frieza intransponível; Não deixaram que ele pegasse seu coração de volta; Não deixaram transparecer um ínfimo sorriso, Que seria o bastante para aquecer a triste alma despedaçada pela ilusão... Agora, estático, vazio e indiferente, um coração permanece jogado no chão. Lamentando que, assim como o brilho da Lua, Seu chão desapareceu no crepúsculo de uma tarde primaveril.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

O melhor da vida? Viver!

A melhor coisa do mundo é um abraço bem apertado, é matar a saudade de quem se ama, é sentir aquele frio na barriga quando pensa em alguém. A melhor coisa do mundo é tomar um sorvete num dia de muito sol e um chocolate quente num dia frio, é assistir um jogão de futebol com a galera, é passar horas com os amigos jogando conversa fora. A melhor coisa do mundo é tirar aquele 10 numa prova, é ser promovido no emprego, é ver o dinheiro cair na conta no final do mês. A melhor coisa do mundo é contemplar um céu banhado em estrelas, é absorver a melodia de um profundo silêncio, é se extasiar com as coisas simples da vida. A melhor coisa do mundo é aquele beijo tão desejado, aquele sorriso espontâneo, é se sentir feliz sem motivo aparente. Mas a melhor coisa do mudo de verdade é estar vivo para poder experimentar todas as outras coisas...

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Recomeçando

E se saudade matasse;se arrependimento matasse;se a curiosidade matasse? Se as mentiras tivessem mesmo perna curta e fizessem nosso nariz crescer? E se pra nem toda regra tivesse exceção e pra nem toda exceção, regra? E se que tem boca não vaiasse Roma;E se a fé não movesse a montanha e Maomé não fosse até ela? E se de fato existisse um pote de ouro no fim do arco-íris;se fadas existissem e bruxas também? E se os contos de fadas não começassem com "Era um vez" ou terminassem com "Felizes para sempre"? E se seu mundo não virasse de ponta cabeça, mas sim do avesso? E se ele parasse pra você descer? E se a vida não fosse uma caixinha de surpresas? E se um dia suas certezas mais concretas fossem destruídas? O que você faria? Tudo esta sempre em constante mudança. Um dia seu teto desaba e você fica a mercê dos imprevistos. Ai você irá provar do que realmente és feito!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Uma constelação

Era noite! Uma linda, estonteante e magnífica noite de sábado. Assim como nos últimos quinze anos uma jovem caminha pela orla da praia para se despedir de mais uma semana que chega ao fim. Seus passos conhecem bem o caminho e por isso pisam firme, mas não apressados. Nunca apressados. Cada desnível, cada buraco, cada desvio no trajeto ela sabe de cor, poderia fazê-lo de olhos fechados. Porem qual seria a graça? Contemplar as estrelas era incrível, sentir o som das ondas do mar emudecer o resto do mundo, experimentar o silencio absoluto em meio a carros buzinando era algo inefável. Entretanto, há algo de diferente hoje, há algo triste ali... Seus pensamentos vagam num passado distante, forçando-a a reviver em sua memória a primeira vez que caminhou por aquele calçamento. Estava para completar seus três anos de idade, tinha perdido sua mãe há quase dois meses e era criada sobre os cuidados do pai que a mimava e a amava tanto quanto ele poderia. Certa noite, noite de sábado, ele estava em casa, em seu escritório, terminando de rever alguns papéis do trabalho, quando escutou a pequena menina chorando. Desesperado ele correu ao seu encontro e a achou em seu quarto apertando uma foto de sua mãe contra o peito. Entre choros e gemidos ela resmungava que sentia falta dela... Ele, sem saber bem o que fazer porque ele mesmo já esteve no lugar da filha por inúmeras vezes desde que perdera a esposa, chamou a pequena desesperada para uma caminhada na praia. Assim começava uma tradição que se repetiu religiosamente nos últimos quinze anos. Ele contou à filha que também sentia muitas saudades da mamãe, mas que sabia que ela ainda estava com eles, bastava procurá-la entre as estrelas. Ele disse que cada estrela é alguém que morreu e deixou entes queridos para trás. “Mas como vou saber qual é a mamãe?”, perguntou a menina ao ouvir a história. “Procure pela estrela que brilha mais!”, respondeu o velho. E ambos ergueram seus olhos para a imensidão e ficaram assim por muito tempo. Quando continuaram o caminho, eles combinaram que todo sábado a noite sairiam para caminhar e se encontrar com aquela que tanto fazia falta. A criança, hoje, põe pé ante pé, como sempre, mas seus passos são arrastados. Seus olhos ainda buscam as estrelas, mas há neles um sentimento de perda. Os carros a assustam e o caminho parece querer lhe pregar peças fazendo-a tropeçar vez ou outra. A menina está sozinha, pela primeira vez em quinze primaveras ela caminha sozinha. Seu par não está ao seu lado. Seu pai não esta ao seu lado. Seu pai está morto. “Foi se juntar à mamãe... Agora tenho uma constelação olhando por mim...” pensava a menina com lágrimas nos olhos.

sábado, 17 de março de 2012

Difícil entender?

"Estou aqui! Estou aqui agora, então não me fale do passado. O que aconteceu aconteceu, não se pode fazer nada quanto a isso. Nada que se fale ou faça mudará os fatos. E os fatos são que ambos erramos. Você errou quando partiu, eu quando não fui atras de você. Errou quando acreditou que nunca daria certo. Errei quando provei que estava certa. Mas o passado não faz o presente. Nós o fazemos! então façamos direito, façamos como deve ser feito. Agora abaixe suas armas, quebre essa barreira, venha para meus braços que é onde quer estar, acredite em mim e pare de inventar desculpas. Agora confesse que me ama!"

quarta-feira, 14 de março de 2012

Luxúria

A noite tinha se iniciado cinza
E as estrelas brincavam nas nuvens,
Que, sopradas pelo vento,iam dirigindo-se para um horizonte distante,
Tão distante quando o amanhã.
A Lua cheia pouco a pouco se assanhava na vasta imensidão do céu,
O qual começava a ficar tão negro quanto o futuro certo do casal que contemplava-a.
Eles estavam deitados apenas com o Universo no plano de visão.
Ao fundo uma música tocava,
Mas eles não ouviam,
Pois era abafada pelos suspiros e sons emitidos a cada toque do parceiro.
As mãos viajavam e exploravam lugares proibidos aos olhos.
Os beijos eram intensos e acendiam os corpos.
Que respondiam pedindo por mais.
E mais era lhes dado,
Provocando uma avalanche de luxuria e desejos que eram materializados em suor
E expressos em gemidos surdos.
Os músculos se contraiam, as veias e artérias dilatavam,
A adrenalina subia e a libido era saciada.
A cada investida de prazer, as mentes iam nas alturas,
Transmutavam por mundos irreais,
Mundos onde o agora dura para sempre!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Ano Novo mais uma vez...

Mais um ano se acaba e com ele se vão sonhos, desejos e planos. Novamente começamos a pensar em fazer promessas pra cumprir se conseguirmos algo que queremos. Novamente começamos a traçar metas e objetivos mesmo sabendo que não realizaremos a metade. Qual o sentido das promessas de final de ano? Se queremos algo, não é de nossa responsabilidade correr atrás? Se precisamos que alguma mudança aconteça, não deveríamos ser nós os responsáveis por executá-la?
Pois é, mais um ano chega ao fim. Mas o que fica pra trás é apenas um período, um espaço de tempo padronizado para ajudar por ordem ao caos que é a sociedade. 365 dias, é disso que nos despedimos com fogos de artifício, música e alegria. Porém as dores, as alegrias, as desilusões, as conquistas, as derrotas e os prazeres continuarão no novo ano. Virar a folha do calendário não apaga as lembranças do que vivemos. Começar um novo ano não significa necessariamente vida nova.
Iniciar um ano é como iniciar um dia, devemos fazê-lo sempre com a intenção de crescer cada dia mais. Sempre devemos ter em mente que o inicio serve para mostrar que existe um final e que devemos ter como objetivo principal nos tornarmos tão bom quanto podemos ser antes que o fim chegue.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Centésima postagem nesse blog... Pois é... Quando comecei a postar meus textos aqui não achei que fosse chegar a tanto, na verdade devo confessar que por algumas vezes estive perto de exclui-lo. Mas não o fiz e veja onde cheguei... Agradeço a todos que leram as palavras escritas nessas 100 postagens, não é muita coisa e não sentimentos reais, mas disseram-me várias vezes que são palavras bonitas, por isso as deixo aqui. Mais uma vez obrigado e, caso não tenha mais nada de util para fazer, pode passar por aqui mais vezes...




Quantas vezes você dormiu implorando aos céus
Que eu te considerasse a menina dos meus olhos?
Quantas vezes derramou lágrimas
E quis que elas me tocassem?
Quantas vezes gritou ao vento
Querendo que pelo uma vez sua voz me alcançasse?
Mas sinto lhe dizer que foi tudo inútil.
Não precisava ter feito nada;
Não precisava ter rogado aos céus, chorado ou gritado.
Estou do seu lado e não pretendo ir embora.
Eu escuto seus sussurros;
Eu choro seu pranto;
Mas a menina dos meus olhos você não é.
Você é meu céu! Sim, meu céu.
Pois se vejo estrelas em seus olhos;
Se seu perfume me acerta como cometas viajando pelo universo;
Se o calor que meu corpo sente quando estou com você
É mais quente que o calor do Sol;
Se o astro do meu mundo é você;
Então que outra coisa poderia ser se não meu Céu?

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Queda


Perdi as palavras!
Não as acho no coração;
Não as acho na alma.
O glorioso céu azul não me comove mais.
Os pássaros entoam canções surdas.
Suas ultimas palavras ainda ecoam na minha mente.
Você disse depois... Disse que um dia...
Ainda espero esse dia!
Descobri nas suas palavras
Que condenavam meus erros,
O quão falho eu sou,
O quão meu caráter é covarde.
Descobri que passei muito tempo me escondendo de mim;
Passei muito tempo dissimulando...
Onde em minha dignidade eu via brio,
Você mostrou podridão.
Já não te peço esculpa,
Pois sou culpado.
Joguei-me de um desfiladeiro
Achando que você me levaria para voar.
Sorrindo eu caía,
Sem saber que os céus aos anjos pertencem
E que você não bateria suas asas por mim.
Agora a única certeza que persiste
É a de que afundarei.
Então de olhos no infinito eu caio
Esperando apenas o choque que arrancará minha alma.

sábado, 19 de março de 2011

Hora da partida


É hora de partir,
Mas antes de embarcar no trem
Que me levará para longe de você
Preciso ter certeza que,
De nós dois,
Eu sou o único a querer que
O passado se torne presente
E o futuro inatingível por pelo menos uma noite.
Preciso desfazer todos os nós que me prendem a você.
Preciso voltar a ser livre.
Então diga que não pensa em mim;
Diga que nunca mais sonhou com um beijo meu,
Minta que me tendo aqui em sua frente
Não passou nem por um momento em sua cabeça
Pular em meus braços como tantas outras vezes você já fez.
Não vou negar que meu coração impede meus pés de seguirem a razão
E saírem correndo para onde meus olhos não mais te vejam.
Mas tenho que me manter firme.
Tenho que superar essa dor que me joga no chão.
Tenho que conseguir superar essa força
Que me trás até você.
Não sei por que ainda insisto nessa loucura,
O destino se encarregou de te manter longe de mim
E seu silencio só comprova seu medo de ser feliz.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Não sei


Não sei se as estrelas que vejo
Estão no céu ou em seus olhos;
Não sei se o perfume que sinto
Vem das flores do jardim
Ou de sua suave pele;
Não sei se o calor que sinto
Vem do Sol que ilumina essa tarde
Ou do seu corpo colado ao meu;
Não sei se as palavras que digo te alcançam
Ou se dissipam-se no infinito;
Não sei se sempre acerto na escolhas que faço
Mas procuro sempre fazer o melhor.
Por isso cá estou, armado somente de amor,
Para dizer-lhe que não sei quanto tempo dura um “para sempre”,
Que não sei por quantas reencarnações
Um amor pode sobreviver,
Que não sei como o futuro traçou sua teia
E que não sei se um dia poderia reaprender a viver sem você.
Digo ainda que nada sei sobre os mistérios da terra, dos céus e dos mares,
Que até mesmo eu sou um mistério para mim,
Mas todas essas duvidas criam uma única solida e irrefutável certeza,
A de que sem você o eu não existiria.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Falha


Pensei ter superado,
Pensei ter te deixado no passado
Junto com meu coração.
Orei para que os fantasmas do que sinto por você
Não voltassem a me assombrar.
Jurei não mais me deixar abalar
Pela paixão que não consigo suprimir.
Mas falhei!
Falhei em manter meu coração frio
E minha mente sã.
Falhei em não deixar o amor reviver.
Não consigo olhar em seus olhos,
Tenho medo de que eles descubram o que escondo
Não consigo lhe dizer a verdade,
Lhe dizer que preciso de um beijo seu,
Que sei que o "nós" nunca formará uma historia
E que sei o quão impossível é te esquecer.
Não consigo assumir para você
Que se eu pudesse
Voltaria ao momento do nosso primeiro beijo
Para te abraçar forte e não deixar que fuja.
Que se eu pudesse
Leria seus pensamentos
Para ter a certeza que não pensa em mim.
Que se eu puder
Não deixarei que termine de ler isso
Pois roubarei seu fôlego com um beijo...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Momentos


Quais são os momentos que definem sua vida?
Se fosse dada a você a chance de escolher os momentos que você quer guardar para sempre, quais seriam?
Nossa vida é feita de momentos bons, ruins e irrelevantes.
Os irrelevantes servem apenas para preencher espaços vazios,
Os bons servem pra te animar a seguir vivendo,
Mas são os momentos difíceis que te definem.
Neles aprendemos a nos manter de pé,
Aprendemos que os desgostos são pra mostrar que a vida é saborosa,
Basta apenas saber saborear.
Sempre gostei dos momentos ruins,
Neles é possível avaliar o quão maduro somos,
Neles é possível aprender.
Não se aprende vencendo,
O maior aprendizado está em saber valorizar o que nos faz mal.
Mas e quanto a desperdiçar momentos?
Que mal isso pode fazer às nossas vidas?
Depende! Tudo depende!
Só é possível saber o mal que ser desatento para os momentos que passam
Pode nos causar depois que eles passam.
Aí aparecem os “se”, mas as hipóteses não resolvem problemas
E não é possível se voltar no tempo...
Então boa sorte para conseguir fazer a coisa certa no momento certo,
Se não conseguir paciência, a vida é assim.
Tenta da próxima!

Sob estrelas


Eu estava com a cabeça apoiada em seu peito
Escutava seu coração seguindo um rítmico compasso,
Via minha mão sobre a sua,
Sentia o calor do seu abraço,
Sentia o frio da sua presença.
Meus pensamentos viajando nos tempos,
Tentavam mudar o passado,
Evitavam ficar no presente,
Rezavam por um futuro mais acolhedor.
Não havia palavra que pudesse ser dita,
Todas entalavam na garganta e se recusavam a sair.
Todos os sentimentos se misturaram,
Já não sabia se sentia desapontamento ou alivio,
Raiva ou alegria...
Certezas e incertezas vêm à tona
Criando uma atmosfera pesada, confusa e asfixiante.
Todas as imagens que vinham na memória
Mostravam apenas o quão incerto as coisas seriam.
Mas apesar de tudo,
Apesar de todas as ações,
De todas as magoas, de todas as duvidas,
Estávamos ali, deitados sobre o capô do carro,
Sob a imagem das estrelas
E afogados num oceano de entrelinhas e subjetividades.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O alcançar do infinito


Era uma noite de céu límpido e as estrelas e a Lua bailavam no céu. Porém isso não tinha importância alguma para um jovem rapaz que, deitado em sua cama, via as horas se arrastarem e pedia a Deus que acelerasse o tempo. Sua cama, velha e frouxa, rangia ao mínimo movimento, por isso o jovem estava estático, completamente paralisado a contemplar os manchas de infiltração que decoravam o teto de todo o apartamento. Cansado de esperar a manhã chegar, levantou-se, e foi em sua procura.
Quando chegou à rua, lamentou-se por não ter posto um casaco, pois a madrugada estava fria e os vapores de sua respiração subiam como se fizessem parte do seu intimo que clama por liberdade. Não sabia ao certo onde queria ir, só uma coisa estava perfeitamente decidida: ele tinha que sair dali, precisava se distanciar daquelas paredes que o sufocava.
Olhou para sua direita e viu a rua que subia mais para o interior de seu bairro. Olhou para a esquerda e viu, ao longe, o infinito. Por um momento desejou poder alcançá-lo. Imaginou que lá seria um lugar onde a única coisa possível de se escutar seria o silencio absoluto, o silencio pelo qual ele passou as ultimas semanas rezando. Decidiu que seria para lá que caminharia, mesmo sabendo que nunca chegaria nem perto do seu insano desejo.
Pôs as mãos no bolso e se afundou na blusa que vestia e pôs-se a caminhar. No começo da viajem observava o chão, mas percebeu que entre observar o chão da rua e observar o teto de seu quarto, era melhor observar o teto. Pelo menos ele estaria deitado e aquecido. Então olhou para frente. Nessa hora viu que se aproximava de um casal que caminhava na direção contraria a sua. Tentou analisar as características físicas do casal, mas foi impossível. Não conseguiu desgrudar os olhos do sorriso da mulher e nem do brilho nos olhos do homem. Supôs que aquilo fosse felicidade em seu mais simples significado. Ficou em certa parte constrangido em não conseguir desviar o olhar, mas decidiu que não se importava. Ele não se importava com as opiniões dos outros sobre ele, pelo menos não por aquela noite.
Depois de passar pelos apaixonados seguiu seu caminho. Não deu nem dez passos quando percebeu que uma senhora passeava com seu cachorro pelo outro lado da rua. Ficou, lógico, intrigado por ver uma senhora de idade dando uma voltinha com seu poodle em plena três da manhã. Presumiu que não poderia ser porque o animal passou a ultima uma hora latindo, pois a mulher exibia um sorriso de prazer na face. Questionou-se se aquilo também poderia ser considerado um sinônimo para felicidade. Parou uns instantes para admirar a cena.
Quando recomeçou sua caminhada percebeu que não poderia ir muito mais longe, pois chegara á calçada da orla da praia. Mas ele não se deteve ao ver que a sua frente só havia areia e depois desta, água. Continuo seu caminho. De sapato mesmo ele começou a pisotear a areia que fazia um agudo som a medida que seus passos a comprimia. Seus olhos estavam presos ao horizonte. Queria, em seus devaneios, ir andando até alcançar o Sol. Queria ir pra um lugar onde só existisse ele e seus pensamentos. Deu mais uns passos até ficar com a água pelos joelhos - sequer se importou em retirar os sapatos.
Seus olhos ficaram fixos na água e exibiam uma luz única que, se ele pudesse ver, passaria horas contemplando. Devagar foi colocando a cabeça para trás com seus olhos percorrendo o céu. Viu estrelas, invejou-as. Viu cometas, pediu carona. Viu a Lua, apaixonou-se. Passos pra trás. De volta a areia. Um corpo pendendo em direção ao chão, de braços abertos e olhos fixos no astro símbolo dos apaixonados. Ele cai! Fica ali por minutos que pareceram horas. Vez ou outra se arriscou em falar algumas palavras para o céu. Teve vezes que ele podia jurar ter tido respostas. E então, pensando na felicidade, percebeu que aquilo também podia ser um dos seus sinônimos.
Quando o dia começou a raiar foi que ele percebeu que tinha alcançado seu sonho. Depois de seu dialogo com a lua percebeu que tinha alcançado o horizonte. Descobriu que o infinito está dentro de nós e que basta nos descobrirmos para descobrir o que se esconde além do arco-íris

sábado, 15 de janeiro de 2011


Quando o sol se por e as estrelas não surgirem no céu;
Quando a chuva cair e as águas queimarem seu corpo;
Quando o vento soprar e o ar não chegar aos seus pulmões;
Quando o chão tremer, o mar secar e o mundo chegar ao fim
Eu ainda estarei aqui segurando suas mãos,
Mantendo a luz dos seus olhos sempre brilhando.
Se o chão se abrir, te levarei para voar comigo.
Serei o apoio que o destino exigir para você.
Serei o pilar que manterá seu mundo de pé
E também serei os tijolos que o fará maior e mais forte.
Eu sou a parte do seu conto de fadas que é real.
Não sou o príncipe encantado!
Sou o ombro que vai receber suas lagrimas caso ele se vá
Ou o riso mais alegre caso ele te peça em casamento.
Serei a lua que ilumina sua escuridão e o sol que te aquece o corpo.
Serei a estrela cadente que atende seus pedidos.
Serei seus sonhos!

Estarei contigo não importa a tempestade
ou o quanto os ventos soprem me levando para longe.
Segurando a sua mão te ajudarei a caminhar
por essa estrada cheia de surpresas e duvidas.
Quando tudo parecer perdido e sem sentido
serei seu caminho de volta e sua estrela guia.
Não irei para longe e mesmo que eu vá
meu coração sempre estará com você.
Seu sorriso é minha felicidade
assim como seu choro é minha tristeza.
Se for para cair, que seja em graça;
Se for pra sumir, que seja no pique-esconde;
Se for pra derramar lagrimas, que seja por causa da cebola;
Se for pra se despedir, que seja da dor.
Te quero sempre aqui onde você está:
no meu coração.
Quero que você seja feliz porque afinal eu tambem preciso ser feliz

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010


Certa vez deparei-me com um homem, um homem que mais parecia um animal selvagem. Suas vestes rasgadas pareciam ter sido vítimas de uma feroz besta. Cicatrizes tomavam todo o seu corpo que era todo manchas de sangue e sujeira. Seu ar era fúnebre e me fazia pensar em mortes, cemitérios e solidão. Seus olhos, fundos e vazios, transmitiam dor. Sua alma parecia ter fugido daquele invólucro acabado e surrado. Sua imagem poderia ser usada para retratar o que se torna uma pessoa que já não tem mais porque viver, mas insiste em continuar viva. Seu semblante me levou supor que um dia, uma longínqua época, fora alguém feliz, que tinha poder sobre as pessoas e que conseguia realizar suas vontades apenas com olhares e meia dúzia de palavras bem colocadas. Cheguei a pressupor que aquela terrível criatura oca por dentro, viveu um grande amor, pois somente o amor, e os amantes hão de concordar comigo, é capaz de destruís e remendar um coração tantas vezes quanto for possível, e alguém com tantos remendos internos passa a ser desacreditado das coisas da vida. Parece que nada mais lhe chama atenção e que já não se importa com qualquer coisa que seja. Diria até que já pensou em suicídio algumas vezes. Tinha uma tremedeira nas mãos que supus causada por fome. Ele era todo pelos e pele, não parecia possuir carne e menos ainda músculos. Seus ossos eram finos, ou pelo menos era essa a impressão que suas roupas, alguns números maior, passavam para quem olhasse. Suas rugas indicavam uns quarenta anos, embora seu aspecto geral pudesse envelhecê-lo uns anos. Ele estava sentado no banco de uma grande praça ao lado de uma magnífica e gigantesca igreja. No centro havia um obelisco feito de mármore branco que subia aos céus alcançando uns vinte metros ou mais, rodeado por um jardim bem cuidado e florido. Toda aquela imagem de leveza transmitida pelo ambiente contrastava de modo curioso com o pobre cidadão sentado ali, alheio a todas as perturbações que o mundo oferecia. Tive um pouco de inveja dele, da sua tranqüilidade e da sua paz. Apesar dos inúmeros infortúnios que a vida parecia ter lhe imposto, ele era dono de si, não necessitava seguir regra ou padrão nenhum. Estava livre da prisão que faz do mundo um lugar de tolos. Por um momento, desejei ser ele.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Verdade e mentira


Qual o verdadeiro valor da verdade?
Ser verdadeiro pode evitar dores
Assim como também causá-las.
Como decidir que verdades contar?
Não digo das verdades banais,
Falo daquelas que podem abalar o mundo de alguém.
As verdades corriqueiras são fáceis de contar,
O problema está nas que podem ferir a alma e machucar a carne.
Se uma mentira pode trazer mais alegria do que uma verdade,
Isso ainda a classifica como algo ruim?
Dizer a verdade nem sempre é a coisa mais agradável de fazer,
Mas será que é sempre a certa?
Sente que deve dizer a verdade, mas acha que seria mais fácil mentir.
Qual dos caminhos escolher?
Essa é uma daquelas decisões que ninguém pode tomar por você,
Sua escolha mostra seu caráter,
Sua escolha mostra quem você é.
Sua escolha pode ser mal interpretada,
Mas é SUA escolha!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mea culpa



Ei! Não se vá! Não ainda, quero lhe falar.
Sei que sua pressa é grande e sua vontade de me ver é ínfima,
Mas lhe rogo apenas uns minutos, se é que mereço tanto
Depois do tanto e do tão pouco que fiz
Ei! Por favor! Atenda esse pedido que lhe faço
E prometo que será a ultima vez que me verá.
Sim? Ótimo!
Nesses breves minutos que me concede
Quero que o mundo gire bem lentamente
Para que eu consiga dizer tudo o que devo da forma como se deve.
Seu coração esta magoado, sua alma despedaçada
E seu corpo perambula pelas ruas da cidade feito um pedaço morto de carne desossada.
E dessa trágica situação que se encontra sua vida, assumo a culpa.
Não foi crime premeditado, nem má intenção compôs meus atos.
Fiz o que fiz.
Você costumava ser um belíssimo vaso preenchido com magníficas flores.
Matei as flores, pisei e escarrei nelas
E hoje você não passa de um simples vaso empoeirado, trincado, vazio e escondido num canto de uma estante qualquer.
Ei! Não chore! Nenhuma palavra minha, por mais cruel que seja, merece uma lagrima sua
Fui pros seus sentimentos um carrasco e um traidor.
Dei-te mil ilusões pra acreditar e um dia resolvo partir.
Tudo o que quero dizer irá te soar dissimulado, mentiroso e como uma brincadeira, mas afirmo que não o são.
Não me arrependo do que fiz só me arrependo de não ter feito antes.
Deixei que fosse ficando serio de mais e acabei perdendo o controle,
Quando percebi não dava pra dizer adeus sem que você tivesse seu coração partido.
Sua voz rouca me diz o quanto você gritou,
Chego a presumir que praguejou aos céus, mas os anjos nada têm a ver com a dor que lhe imponho.
Minhas desculpas parecerão hipocrisia, então lhe pouparei disso.
Então adeus, que o tempo cure suas feridas.
Que o destino lhe seja amigo.
Que os deuses se compadeçam de sua dor.
Que seus olhos possam voltar a brilhar.
Ei! Respire, não se esqueça nunca de respirar.