quinta-feira, 30 de dezembro de 2010


Certa vez deparei-me com um homem, um homem que mais parecia um animal selvagem. Suas vestes rasgadas pareciam ter sido vítimas de uma feroz besta. Cicatrizes tomavam todo o seu corpo que era todo manchas de sangue e sujeira. Seu ar era fúnebre e me fazia pensar em mortes, cemitérios e solidão. Seus olhos, fundos e vazios, transmitiam dor. Sua alma parecia ter fugido daquele invólucro acabado e surrado. Sua imagem poderia ser usada para retratar o que se torna uma pessoa que já não tem mais porque viver, mas insiste em continuar viva. Seu semblante me levou supor que um dia, uma longínqua época, fora alguém feliz, que tinha poder sobre as pessoas e que conseguia realizar suas vontades apenas com olhares e meia dúzia de palavras bem colocadas. Cheguei a pressupor que aquela terrível criatura oca por dentro, viveu um grande amor, pois somente o amor, e os amantes hão de concordar comigo, é capaz de destruís e remendar um coração tantas vezes quanto for possível, e alguém com tantos remendos internos passa a ser desacreditado das coisas da vida. Parece que nada mais lhe chama atenção e que já não se importa com qualquer coisa que seja. Diria até que já pensou em suicídio algumas vezes. Tinha uma tremedeira nas mãos que supus causada por fome. Ele era todo pelos e pele, não parecia possuir carne e menos ainda músculos. Seus ossos eram finos, ou pelo menos era essa a impressão que suas roupas, alguns números maior, passavam para quem olhasse. Suas rugas indicavam uns quarenta anos, embora seu aspecto geral pudesse envelhecê-lo uns anos. Ele estava sentado no banco de uma grande praça ao lado de uma magnífica e gigantesca igreja. No centro havia um obelisco feito de mármore branco que subia aos céus alcançando uns vinte metros ou mais, rodeado por um jardim bem cuidado e florido. Toda aquela imagem de leveza transmitida pelo ambiente contrastava de modo curioso com o pobre cidadão sentado ali, alheio a todas as perturbações que o mundo oferecia. Tive um pouco de inveja dele, da sua tranqüilidade e da sua paz. Apesar dos inúmeros infortúnios que a vida parecia ter lhe imposto, ele era dono de si, não necessitava seguir regra ou padrão nenhum. Estava livre da prisão que faz do mundo um lugar de tolos. Por um momento, desejei ser ele.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Verdade e mentira


Qual o verdadeiro valor da verdade?
Ser verdadeiro pode evitar dores
Assim como também causá-las.
Como decidir que verdades contar?
Não digo das verdades banais,
Falo daquelas que podem abalar o mundo de alguém.
As verdades corriqueiras são fáceis de contar,
O problema está nas que podem ferir a alma e machucar a carne.
Se uma mentira pode trazer mais alegria do que uma verdade,
Isso ainda a classifica como algo ruim?
Dizer a verdade nem sempre é a coisa mais agradável de fazer,
Mas será que é sempre a certa?
Sente que deve dizer a verdade, mas acha que seria mais fácil mentir.
Qual dos caminhos escolher?
Essa é uma daquelas decisões que ninguém pode tomar por você,
Sua escolha mostra seu caráter,
Sua escolha mostra quem você é.
Sua escolha pode ser mal interpretada,
Mas é SUA escolha!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Mea culpa



Ei! Não se vá! Não ainda, quero lhe falar.
Sei que sua pressa é grande e sua vontade de me ver é ínfima,
Mas lhe rogo apenas uns minutos, se é que mereço tanto
Depois do tanto e do tão pouco que fiz
Ei! Por favor! Atenda esse pedido que lhe faço
E prometo que será a ultima vez que me verá.
Sim? Ótimo!
Nesses breves minutos que me concede
Quero que o mundo gire bem lentamente
Para que eu consiga dizer tudo o que devo da forma como se deve.
Seu coração esta magoado, sua alma despedaçada
E seu corpo perambula pelas ruas da cidade feito um pedaço morto de carne desossada.
E dessa trágica situação que se encontra sua vida, assumo a culpa.
Não foi crime premeditado, nem má intenção compôs meus atos.
Fiz o que fiz.
Você costumava ser um belíssimo vaso preenchido com magníficas flores.
Matei as flores, pisei e escarrei nelas
E hoje você não passa de um simples vaso empoeirado, trincado, vazio e escondido num canto de uma estante qualquer.
Ei! Não chore! Nenhuma palavra minha, por mais cruel que seja, merece uma lagrima sua
Fui pros seus sentimentos um carrasco e um traidor.
Dei-te mil ilusões pra acreditar e um dia resolvo partir.
Tudo o que quero dizer irá te soar dissimulado, mentiroso e como uma brincadeira, mas afirmo que não o são.
Não me arrependo do que fiz só me arrependo de não ter feito antes.
Deixei que fosse ficando serio de mais e acabei perdendo o controle,
Quando percebi não dava pra dizer adeus sem que você tivesse seu coração partido.
Sua voz rouca me diz o quanto você gritou,
Chego a presumir que praguejou aos céus, mas os anjos nada têm a ver com a dor que lhe imponho.
Minhas desculpas parecerão hipocrisia, então lhe pouparei disso.
Então adeus, que o tempo cure suas feridas.
Que o destino lhe seja amigo.
Que os deuses se compadeçam de sua dor.
Que seus olhos possam voltar a brilhar.
Ei! Respire, não se esqueça nunca de respirar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Anjo


Seus verdes olhos são como o ópio
Que criam no meu mundo outros mundos.
Sua branca pele tem a cor dos meus desejos,
Das vontades e devaneios que perpassam meu corpo.
Seu sorriso tem um charme angelical,
Mas não és anjo!
Um anjo não me tentaria,
Um anjo não atiçaria meu lado animal.
Mas, ainda assim, você é meu anjo particular,
É o místico ser de asas douradas
Que com uma sedução hipnotizante
Leva-me a céus desconhecidos e incríveis.
Poder dizer que gosto de você,
Pegar suas mãos e levá-las ao meu peito,
Poder entrar nos seus olhos e ler sua alma,
Poder morar no seu coração e pulsar junto dele,
Fazer brotar um sorriso nessa face angelical toda manhã,
Acariciar seus cabelos até você dormir todas as noites,
Sentir que sou importante...
Quero poder viver não somente ao seu lado,
Mas viver com você...
Esse é meu sonho!

domingo, 28 de novembro de 2010

Auto-estima!


1º Passo: Cuide do corpo!
A mente trabalha melhor quando está feliz com o corpo que tem. Comece pelo cabelo: corte, pinte, mude... Compre roupas novas. A vaidade, se bem dosada, é um importante ingrediente para uma boa auto-estima. Se for mulher, compre sapatos. Nunca entendi muito bem o porquê, mas todas que conheço dizem que essa é uma ótima terapia. Vá à academia, ou pelo menos se exercite. Um corpo bem cuidado é importante. Coma coisas saudáveis. Legumes, verduras e frutas podem não ser tão apetitosas quanto fritura ou doces, mas fazem um bem danado. “Os melhores remédios têm os piores gostos.”. Durma bem. Dormir bem não significa dormir muito. Durma apenas o necessário para que seu corpo recupere as energias. Você vai perceber que acordando cedo seu dia vai render muito mais. Tudo de mais faz mal, tudo mesmo! Então saiba encontrar o equilíbrio nas coisas. Faça baladas! Mas não se esqueça de ter responsabilidade. Você precisa sair de vez em quando, afinal beijar na boca faz muito bem a saúde...

2º Passo: Cuide da mente!
Exercite-a! Tente só pensar e assimilar coisas positivas. Não perca tempo com pensamentos ruins, eles não acrescentarão nada a sua vida. Sonhe! Sonhar é muito importante, faz a vida ter sentido. Faça planos para o futuro, mas não tente controlá-lo, você não conseguirá. Encare as dificuldades e problemas com bom humor, a raiva te faz cego para as varias oportunidades de solução que a vida lhe dá. Alem do mais a ira não vai te fazer tomar nenhuma decisão certa e depois você vai se lamentar arrependido. Trate bem as pessoas, ninguém tem culpa das suas dores de cabeça. O problema é seu e só seu. Seja otimista! Se o pessimismo fosse bom seriamos todos suicidas. Leve a vida brincando, mas nunca esqueça a noção de seriedade. Aproveite cada oportunidade que a vida lhe oferecer, pode ser que a chance não volte e você perca a oportunidade de ser feliz. Lembre-se que a vida é uma dádiva, portanto temos que ser gratos por estarmos aqui. Relaxe, afinal os problemas virão não importa o quanto você evite.

3º Passo: Cuide da alma!
Nossa alma é um reflexo do que assimilamos do mundo. Então mantenha perto de você apenas o que te engrandece, o que te faz mal afasta da sua vida. Sorria! O sorriso é o alimento do espírito e, por mais que não pareça, um sorriso pode resolver um problema. Sinta! Não seja racional de mais. As pessoas racionais tornam-se céticas para as verdadeiras emoções. Experimente cada sensação ao máximo. Permita-se ser feliz. Não imponha problemas e obstáculos para o que te faz bem. Não tenha medo! O medo apenas bloqueia nossa estrada para um final feliz. Ame! Ame o chão que você pisa, as pessoas que te fazem bem e as pessoas que te fazem mal, ame o ar que entra pelos seus pulmões, ame a vida. Ame o amanhã! Se entregue ao menos uma vez a alguma grande loucura. Voe! Permita que sua alma viaje por mundos incríveis. Faça amigos! Serão eles que te apoiarão quando tudo pesar sobre seus ombros. Namore algumas vezes! Não ligue para os “talvez” que a vida apresentar. Se envolva e deixe que do “depois” o futuro toma conta.

4º Passo: Viva!
Simplesmente viva!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Ser amigo é:


Ser amigo é mais do que estender a mão, é se dispor a cair junto se for preciso para ajudar o outro. Ser amigo é mais do que dizer que sempre estará por perto, é sempre estar por perto. Ser amigo não é apenas rir junto, é, principalmente, chorar junto. Porque qualquer um pode estar por perto quando o mar esta calmo, mas somente os amigos de verdade seguram sua mão quando a tormenta aparece.

Ser amigo é se importar, torcer, vibrar com o outro. É ligar quando o amigo esta passando por um momento decisivo em sua vida como uma entrevista para um bom emprego, um encontro com a pessoa dos seus sonhos ou uma simples prova para algum concurso.
Ser amigo é falar o que for preciso para mostrar o caminho certo, mesmo que isso não agrade. É colocar o próximo em primeiro lugar. Numa amizade não existe egoísmo, incerteza ou ingratidão.

Mas o que acontece quando duas pessoas que tem visões diferentes sobre a amizade ficam amigas? Provavelmente uma delas sairá magoada e, provavelmente, será a que tem a idéia mais utópica sobre tal laço. Ela fantasia algo que beira a perfeição. Fantasia que nada pode ser capaz de destruir esse sentimento, que distância alguma consegue separar, que desentendimento nenhum pode abalar... E, quando percebe que uma simples brisa causa rachaduras na sólida rocha, surge em sua cabeça um turbilhão de perguntas, desapontamentos e tristezas.

Dizer a alguém que é seu amigo é assumir uma série de compromissos, é estar disposto a fazer sacrifícios, é se prontificar a perder o tempo que for preciso para apaziguar a mente e a alma do outro. Ser amigo não é dar noticia todos os dias, mas também não é desaparecer e não dar sinal de vida.

Mas o que é ser amigo para você?

domingo, 14 de novembro de 2010

Fidelidade


E todas as suas certezas
Agora são desapontamentos.
Avisei para não acreditar
Que eu sempre seria seu
Porque um dia eu iria cruzar aquela porta
Sem me importar com o nosso passado.
Tomou-me como insensível, então assim serei.
Prometi lhe dar o céu,
Mas acho que no inferno você se sentiria mais em casa.
Essa expressão de superior que você insiste em manter,
Terei prazer em destruir.
Prometi lhe fazer passar por varias experiências únicas,
Assim farei:
Vou te apresentar a dor, o mundo da tristeza,
No oceano do desespero arremessarei seu corpo desacordado.
Suas amigas serão minhas.
Você vai descobrir o que significa na ter confiança.
Sua infidelidade tornará seu céu negro,
Seu mar ao nascer do Sol será uma poça de lama,
Seu jardim será lugar de ervas venenosas.
E eu só vou parar quando dos seus olhos
Rolarem lagrimas de sangue!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Chance


Depois que a oportunidade passa,
Vem o arrependimento
De não ter dito aquilo de forma mais amável,
De não ter estendido sua mão,
De não ter feito brotar um sorriso numa face desanimada.

Depois que a oportunidade passa,
Vem o arrependimento
De não ter se entregado,
De não ter sido mais inconseqüente,
De não ter roubado aquele beijo.

Depois que a oportunidade passa,
Vem o arrependimento
De não ter amado mais,
De não ter engolido aquele sapo,
De não ter sido mais humilde.

Depois que a oportunidade passa,
Vem o arrependimento
E você só consegue rezar para que surja um novo amor,
Para que sua razão não se intrometa nos assuntos do coração,
Para que o destino lhe dê uma nova chance!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Palavras Póstumas


Agora, chegando a esse lado do rio que transpassa nossos dias dando-nos lições, dores e felicidades, vejo tudo com mais clareza, tudo me parece óbvio... Simples... A vida nos cega para o que de fato acontece, impede que nossa visão enxergue de forma clara, sem as interferências de nossas emoções. Mas agora que do meu espetáculo só restam as lembranças na memória de poucos, agora que as cortinas se fecharam e o publico me vira as costas, agora eu entendo o que é importante. Percebo que o vital não é o sapato com os quais vou caminhar, as roupas ou qualquer coisa do tipo, o importante é caminhar. Dar um passo após o outro, curtir os momentos que lhe tiram o ar, apostar no futuro, fazer o que agrada seu coração, são essas pequenas coisas que lhe serão de grande ajuda durante o longo (ou breve) caminho. São as coisas simples da vida que devem encher nosso peito de alegria, pois as complicadas são complicadas de mais para entendermos. Devemos apenas viver porque no final das contas, quando todos pararmos de súbito no caminho, teremos o mesmo fim.
Agora vendo minha vida do começo ao fim, percebo que me fiz feliz. Conheci pessoas, tornei-me amigo de algumas, melhor amigo de outras e irmão de poucas. Inimigos, não fiz. Sinto orgulho de todas minhas experiências. Dos meus erros trouxe aprendizados. Dos meus acertos trouxe orgulho. Das minhas incertezas trouxe certezas. Da minha morte trouxe a vida.

domingo, 3 de outubro de 2010

Quer apostar?



As coisas não podem mudar.
Estamos numa situação difícil,
Em que não sabemos o que fazer.
É difícil ter coragem;
É difícil analisar as coisas com frieza.
E por não termos idéia de como agir,
Vamos apenas usando o ombro um do outro para desabafar.
Mas um dia, minha amiga,
Um dia tudo isso vai passar.
E nesse dia, mais para frente,
Nas férias, vamos rir disso tudo juntos
Em conversas durante a madrugada.
Conversas acompanhadas de lagrimas, saudade e alivio.
Em um clima ameno, com uma leve brisa,
Em uma varanda de uma casa de interior,
Com a natureza compondo a trilha sonora.
Nesse dia as dores de hoje serão nostalgia.
Quer apostar?


Com a contribuição de uma saudade e um sonho compartilhado!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Amizade


Não se pode precisar a verdadeira importância
Que alguém tem em nossa vida até a perdermos,
Por isso não posso dizer o quanto você é necessária.
E espero nunca poder dizer isso com toda precisão.
Sua falta machuca, sua presença é calmaria ou tormenta.
Poderia te comparar com anjos,
Mas estes são inatingíveis e não te quero tão longe.
Poderia te comparar com as rosas,
Mas estas têm espinhos que machucam,
Enquanto seus espinhos me atraem.
A amizade que compartilhamos,
Pensei que não sentiria de novo.
Os risos, as conversas e até os choros,
Eu achei que nunca mais seriam tão gostosos.
Tenho medo do futuro!
Temo que ele roube nossa companhia,
Medo que ele crie barreiras,
Tenho medo que o futuro torne nosso presente um passado esquecido.
Quero poder viver uma vida onde os sonhos sejam reais,
Onde a felicidade não seja passageira,
Onde sua presença seja constante.
Não vou dizer que você é essencial,
Mas sem você viver não seria uma aventura tão divertida...

sábado, 18 de setembro de 2010

Quase primavera


Esse período de tempestades que paira sob meu céu
Sei que não tarda a findar.
Essas águas que hoje dão um tom melancólico ao dia,
Amanhã se transformarão em flores.
Esse vento que agita e leva tudo para longe,
Levará as sementes da vida ao jardim de minha alma.
O céu será azul, os pássaros voarão livres,
E essa vasta imensidão morta
Irá se tornar um arco-íris vivo.
Cada canto esquecido,
Cada pedacinho inóspito do meu coração
Será tomado pela leveza que essa estação remonta.
Abrirei as janelas da morada do meu espírito.
Iluminarei meus olhos com os raios da alvorada.
Essas nuvens negras irão para longe
Onde não possam causar mais estrago
Do que uma gota de orvalho na madrugada.
A vida se tornará tão completa
Quando essa tempestade se for.
Eu serei tão mais feliz
Pois é quase primavera.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sem título


Prometi nunca mais me envolver,
Nunca mais me entregar,
Nunca mais sofrer por alguém.
Mas esse infernal destino destrói meu mundo,
Esses anjos, com seus tridentes e cheirando a enxofre,
Castigam essa carne já destroçada.
E esse coração, traidor e cruel,
Atormenta essa mente que tenta em vão se manter firme.
O corpo todo treme consumido por uma ira
A qual cega qualquer beleza que essa vida supostamente possui.
Direciono minhas palavras aos céus
E rogo que essa dor passe,
Mas a cada dia que chega a dor aumenta e os problemas se multiplicam.
Os momentos de risos se tornam tão raros
Quanto encontrar uma flor num campo de guerra.
Quando acordo, rezo para que a noite não demore a chegar.
Quando durmo, rezo para que os sonhos me levem sem ter que voltar.
Ao vento que sopra, peço que leve essas angustias.
Mas nada adianta.
Essa maldição ainda paira sobre minha vida.
E minha vida, nada mais é do que a tristeza de viver.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Eu



Você disse que queria saber quem sou de verdade,
O que está escondido por baixo desse meu sorriso,
O que realmente se passa pela minha cabeça
E quais emoções passam pelo meu coração.
Em uma palavra me defino: fechado!
Não sou de falar de mim, do que sinto ou penso.
Meus pontos de vista são meus
E, por isso, só compartilho quando vale à pena.
Evito conversas complicadas onde eu tenha que me expor.
Estou quase sempre na defensiva, mas quando ataco é nocaute.
Minha boca não cospe as palavras que penso.
Meu coração não sente as palavras que digo.
Meu sorriso de sarcástico, alegre ou sem graça se confundem.
As verdades que digo, são verdades para alguém,
Não necessariamente para mim.
Não sou todo falso, nem todo verdadeiro.
Chamo meu estilo de viver de auto-preservação.
A quem diga que sou tolo, estúpido e idiota.
Alguns se arriscarão a dizer que sou um maldito pessimista
Que teme a própria felicidade.
Dou-lhes razão!
Felicidade vive de expectativas;
Expectativas geram desapontamento;
Desapontamento leva a aprendizados
E os aprendizados me levaram a ser o que hoje sou.
Apenas abrevio o caminho.
O que causa dor no seu coração
Também fere o meu. Não sou inerte às emoções,
Apenas aprendi a conviver com elas.
Certo ou errado? Pense o que quiser!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Argumentos


- Alguma coisa no caderno faz com que minhas palavras sejam vazias.
- Garoto retardado! Não sabe seguir a norma, ser normal...
- Eu? Quem sou eu?
- Não faço idéia!
- Eu sei que vivo, pelo menos meu corpo vive.
- Você me ama né?!
- Amo! Assim como o Sol ama a Lua, mas vive se escondendo quando ela aparece.
- Desculpa esfarrapada! Tá fugindo da realidade
- Mas a realidade é relativa, sua realidade é apenas um sonho para mim.
- Um sonho que você sabe que pode tornar real.
- Quando se tornar real, estarei vivendo um sonho
- Já vivo um sonho, estou esperando você se dar conta disso
- Então vamos dar as mãos e construir nossa realidade tão sonhada
- Tem certeza? Você me pareceu tão distante...
- Minha pequena! Nunca estarei mais distante do que seu coração possa me ver.
- Esperava de você apenas a resposta “absoluta”. Não sei...
- Sempre estarei com você, sempre!
- Preciso de uma prova de que é tão real para você quanto é para mim!
- Sou apenas um mortal, não posso lhe dar corpos celestes, mas meu coração deixaria de bombear sangue para minhas veias, só para amar-te
- Preciso de mais do que palavras, palavras o vento leva. Quero uma prova de que não é um sonho só meu.
- Então não falarei mais nada, apenas ações falarão o que meu coração grita.
- É arriscado, mas você vale o risco.
- A vida é correr riscos. E por você eu faria de um precipício um degrau.
- Espero que não sejam apenas palavras bonitas, porque EU TE AMO!
- Não são! E sim, minhas pernas tremem com sua presença, mas meu coração permanece firme gritando AMO VOCÊ.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Sou



A batida do seu coração é rítmica,
Mas acelera quando toco sua pele.
Sua respiração é lenta e segura,
Mas pára e vacila quando beijo seu pescoço.
Sua alma é paciente e tranqüila,
Mas se agita com minhas palavras jogadas num papel.
Suspiros, sopros e sussurros ao pé do ouvido
Arrepiam seu corpo e lhe tira de orbita.
Sou o descompasso e o compasso.
Sou a musica que faz seus pés dançarem pelo salão.
Sou a trilha sonora dos seus sonhos.
Sou palavras!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Mentira


Ainda me lembro das madrugadas chuvosas
Em que passeávamos na areia da praia.
Você abraçada em mim, segurando minha mão,
Sua cabeça em meu ombro, seu sorriso no meu...
Lembra?
Lembro-me da primeira vez que nos vimos.
Quando olhei em seus olhos,
Senti que você via mais do que eu mostrava,
Senti seu olhar percorrendo minha alma,
Lendo minha mente.
Lembro que tremi. Lembro que seus lábios sorriram.
E foi nessa hora que me perdi...
Nessa hora fiquei cego para o óbvio,
Surdo para a verdade e negligente para meu bem estar.
Acreditei nas suas historias.
Fiz das suas mentiras minhas verdades;
Fiz dos seus sonhos meu objetivo;
Fiz das suas ilusões a minha realidade.
E hoje, sentado na areia olhando pro céu
Que por vezes já foi testemunha do nosso amor,
Vejo imagens do nosso passado e me pergunto:
Como pude amar uma mentira?

sexta-feira, 6 de agosto de 2010




Que coisa interessante a vida né! Eu não esperava receber uma indicação dessas, pra ser sincero nem sabia que existia esse negócio. Mas eu queria agradecer a menina que me indicou: Obrigado Bernadete, fiquei muito feliz quando soube que recebi esse selo. Apesar de eu achar que o blog http://fragmentosnostalgicos.blogspot.com/ é mais merecedor doque o meu.

Ao aceitar receber esse selo, os indicados devem cumprir quatro procedimentos básicos.
1. Colocar a imagem deste selo no seu blog;
2. Indicar o link do blog que te indicou;
3. Indicar outros blogs para receberem o selo;
4. Comentar nos blogs dos indicados sobre a indicação.

Assim sendo, aqui estão minhas indicações:
Samara Brito com o blog http://devaneiosimproprios.blogspot.com/
Karime Pierre com o blog http://kakah-kakah.blogspot.com/
Rafael Guerra com o blog http://www.memoriasdeumapalavra.blogspot.com/

Quinze minutos


Está a horas tentando dormir
Seu pensamento insiste em persegui-lo.
Toma caminhos proibidos, sem saída e sem volta.
Tenta se reconfortar na lembrança de um sorriso,
Mas esse apenas ri da pobre menina.
Aqueles quinze minutos insistem em ser lembrados.
Minutos em que seus sonhos foram destruídos.
Ele não tinha o direito de iludi-la!
Quinze minutos! Foi o que ele precisou para destruí-la.
Com poucas palavras desmoronou seu castelo de fantasias.
A menina era toda lagrimas, duvidas e dores.
Pediu para não ter nascido, para não tê-lo conhecido,
Para não tê-lo amado, pediu para odiá-lo.
E com raiva arremessou o travesseiro
Que ainda exalava o perfume que fraquejava suas pernas
Entre choros e gritos ela o amaldiçoava
Pelos quinze minutos em que ele roubou sua vida.
Entre choros, gritos e lágrimas
A menina desfaleceu em profundo sono.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Ressaca


Hoje quando acordei, senti o perfume de ontem
Que me fez lembrar a noite passada,
Lembrar das mãos que passearam no seu corpo,
Das palavras sem sentido sussurradas no ouvido,
Das mordidas, beijos e olhares...
Lembrei daquela festa, do show de luzes piscando,
Da fumaça que encobria a visão,
Da musica ensurdecedora que anulava qualquer conversa.
Lembrei que te vi ao longe e decidi que nessa noite você seria minha;
Lembro de te chamar pra dançar,
De envolver sua cintura nos meus braços
E de tomar sua boca para mim;
Hoje quando acordei e te vi ao meu lado
Percebi o tamanho da besteira que fiz.
Hoje quando acordei, senti a terrível dor da ressaca!

domingo, 25 de julho de 2010

À você


Difícil dizer o quanto você é importante.
Não consigo achar palavras para te explicar
O quanto sou grato por você existir
E, mais ainda, por me dar sua amizade.
Às vezes não te tenho aqui do meu lado,
Mas sempre te sinto presente.
Não importa o tamanho da distancia que nos encontremos,
Eu sinto que terei seu ombro sempre que precisar.
Se ter te encontrado, foi destino, acaso ou carma
Eu não sei dizer,
Mas agradeço a vida por ter me dado tal fortuna.
Porém tenho que confessar que não gosto de você.
Você tem manias que eu reprovo
E vê a vida de modo diferente do meu.
Mas é pra isso que serve os amigos né:
Mostram-nos que a vida pode ter outros ângulos
E que devemos aprender a conviver com as diferenças.
Por isso eu não gosto de você.
Por isso eu te amo!
Amo sua amizade, sua companhia e suas péssimas manias.
Amo sentir surgir um sorriso em meu rosto só de te encontrar.
Amo poder dizer que sou seu amigo!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Figueira


Sentada à beira do lago e á sombra de uma figueira a menina está.
De olhos fechados e de rosto coberto
Ela se nega a ver a vida que passa diante de si.
Os pássaros, o vento e o calor do sol não a alcançam.
Ela criou um mundo novo,
Onde tudo que existe é ela, suas vontades e seus sonhos.
Debaixo de uma antiga figueira,
Ela cria seus contos de fadas
E mata os príncipes encantados que nunca aparecerão para ela.
Ali ela é deusa, ela é a Lua ou as Estrelas,
Princesa ou bruxa má. Ali ela é o que quiser ser.
Debaixo da velha árvore ela vê seu reflexo zombando dela,
Vê sua imagem distorcida pelas gotas de lagrimas que caem.
Ali ela tenta encontrar significados para os mistérios do universo,
Tenta entender porque doe tanto não saber o que lhe causa dor,
Pergunta-se por que ela vive se ninguém se importa com sua vida.
Ali, debaixo da figueira, ela vive seus medos.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Ausência


Vazio de um lado...
Vazio do outro...
Onde todos foram?
Onde foi que se esconderam? Onde foi?
Silencio do lado de fora...
Silencio do lado de dentro...
Onde foi que vim parar?
Para onde foi que meus passos me trouxeram? Onde foi?
Queria entender que dor é essa
Que força minhas lagrimas a rolarem,
Que leva meu corpo a se esconder num canto frio qualquer.
Queria entender porque sinto tanto sua ausência.
Não deveria doer tanto,
Você nunca foi tão indispensável a ponto de causar dor
Pelo menos era no que eu queria acreditar...
Mas já não consigo me enganar.
Já não suporto essa constante presença
Da sua ausência.

domingo, 4 de julho de 2010

Liberdade


Porque está aí de cabeça baixa,
De fone de ouvido e encolhida num canto?
Porque se esconde, se cala e se fecha?
Qual seu medo menina? Qual seu medo?
A vida nunca te derrubou,
Pois você nunca saiu do chão.
Levante, plante seus pés na terra
E grite para o mundo que não importa
O que venha acontecer
Nada a fará cair.
Olhe inocente criatura, olhe os raios de sol
Que lhe batem à janela;
Ouça os pássaros que entoam canções de liberdade.
Vá menina, vá! Voe com os ventos!
Seja uma fagulha luminosa para alguém.
Torne-se livre!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

(In)sanidade


Em direção ao desconhecido movi meus passos,
Talvez numa busca desesperada de te encontrar,
De me encontrar...
Por caminhos obscuros busquei uma fagulha de luz,
Entre as estrelas busquei um olhar,
Nos rostos da multidão busquei seu sorriso,
No vazio busquei seu coração,
No frio busquei seu corpo.
Por vezes roguei aos céus que me ajudassem
A escolher o caminho certo nas encruzilhadas que apareciam.
Mas não percebi que anjos já estavam me ajudando,
Segurando minha mão e guiando meus passos;
Trazendo alegria para meus dias tristes;
Carregando-me quando minhas forças já se esgotavam.
E agora tudo o que eu queria era amar, sofrer, gritar de paixão,
Cruzar o mundo pra ver um olhar,
Calar o mundo pra ouvir uma voz,
Desligar o mundo para contemplar as estrelas ao seu lado,
Chorar porque você ta chorando de um filme triste,
Rir só porque você esta sorrindo,
Queria muita coisa...
Mas não posso minha sanidade não deixa.

domingo, 20 de junho de 2010

Loucura


Se a vida fez-nos tão próximos,
Porque ainda assim estamos tão distantes?
Se quando olhamos para o céu vemos as mesmas estrelas,
Porque quando olho ao meu redor não te vejo?
Dói te ver apenas com a imaginação,
Machuca ter que esperar o tempo nos apresentar.
Quero te ver agora, olhar nos seus olhos,
Ver sua pele branca ficar quente pela vergonha.
Talvez seja um desejo louco,
Ou uma vontade de viver uma aventura estranha,
Ou pode ser até mesmo loucura...
Pois que seja insanidade,
Aceito ser louco!
Afinal qual a fronteira entre o são e o insano?
Se, querer ser feliz; querer conhecer alguém que te faz bem;
Querer sorrir de alegria é ser louco, então é isso que sou!
É isso que devemos ser. É isso que temos que ser.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Vida


A vida é mais do que apenas acordar, passar o dia e ir dormir.
A vida é olhar o mundo em volta,
É contemplar um nascer do sol
Que te convida a sorrir com ele;
É dançar na chuva pelo simples fato de estar vivo;
É viver com brilho nos olhos
Mesmo que as nuvens encubram o brilho do dia.
Viver é construir vidas com detalhes.
Detalhes que deixamos passar todos os dias
Por darmos atenção demais às coisas erradas.
Viver não é só ter o coração batendo e o sangue circulando;
Viver é se sentir vivo.
Então porque deixar o superficial nos satisfazer?
Sejamos intensos, fervorosos, carinhosos.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Novo amor


De onde menos se esperava, o amor surgiu,
Era tão improvável que algo nascesse dali.
Assim como uma rosa não nasce no meio do deserto,
Uma paixão não devia surgir de uma amizade.
Mas ela estava ali, tão presente, tão significante,
Tão vermelha; tão simplesmente viva...
E os olhares agora não são apenas olhares,
São contemplações.
E tudo o que antes era puro,
Agora é corrompido por esse doce sentimento.
Frases tão simples e transparentes,
Ganharam entrelinhas.
O que antes era forte se abala e se edifica.
Tudo mudou: os risos, a sinceridade, a esperança...
O compasso dos corações ganhou uma nova batida
E agora pulsam juntos num ritmo que traduz desejo.
E a branca rosa da amizade vai se tornando rubra,
Vai sendo tingida pelo toque quente na pele amada.
E a cada declaração subtendida,
A cada vontade realizada,
Mais rosas vão nascendo,
Mais rosas transformam o antes seco solo da paixão,
No mais bonito jardim.
E seu perfume cega os sentidos do novo casal
Que apenas no amor sentem vida;
Que apenas nos olhos amados vêem luz;
Que nos desertos plantam rosas.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Violetas


Quando todos foram embora
Tudo o que eu queria era sua presença,
Que você ficasse um pouco mais de tempo,
Que eu pudesse te ter em meus braços pra sempre.
Quando a noite cai e seu lado da cama esta vazio
O coração chora lagrimas que um dia você secou
E a saudade ri de um futuro que agora é passado.
Algumas alegres palavras tristes invisto contra o vento
Torcendo para que você as ouça, mas elas são sopradas de volta.
Deito ma cama olhando para o nada, vendo tudo o que vivemos.
As horas se arrastam como se temessem se tornar dia.
E quando a madrugada se vai, os raios da aurora iluminam
A janela onde você regava suas violetas com um largo sorriso na serena fronte.
Contemplando o espetáculo de cores pintado nas nuvens,
Tento levantar, mas a carga da culpa é pesada e me vence.
Desisto! Não tenho motivos para levantar mesmo.
Não sinto fome, não tenho sede, animo e muito menos porque levantar.
Passei o dia inteiro olhando o céu,
Vendo em seu azul, o azul de seus olhos;
Na cor rosada do entardecer, as maçãs do seu rosto;
No canto dos pássaros, sua doce voz
E no perfume das violetas, sua hipnotizante presença.
Mas de repente sinto uma presença incrível,
Uma ansiedade louca, uma felicidade conhecida.
Sinto uma mão em meu rosto e uma face molhada em meu ombro descoberto
Olho para o lado e vejo você chorando
E dizendo que seu coração ouviu o meu e mandou que você voltasse,
Que você viesse ser feliz, que você viesse me fazer feliz.
E, na presença das violetas, nos amamos com tal intensidade
Como os amantes dos romances nunca conseguirão igual.
E, na presença das violetas, nos tornamos imortais.

sábado, 29 de maio de 2010

Separação


Hoje, quando o despertador começou a tocar, abri os olhos lentamente como em toda manhã. Respirava devagar e senti que havia algo estranho no ar. Não consegui saber o que era. Não era nenhum odor, era como se o ar estivesse pesado... O despertador continuava tocando, esperei que você o desligasse – com faz todas as manhãs – porem não aconteceu. Imaginei que você já estivesse acordado e tinha ido tomar banho. Então o desliguei. Levantei. Fiquei algum tempo ainda sentado na cama, tentando acordar de fato. Tentei lembrar-me dos meus compromissos e do dia anterior para me situar. Senti que algo estava faltando. Fiquei de pé. Fui até o banheiro para te desejar um bom dia e te dar um beijo, assim como em todos os dias. Banheiro vazio. Conclui que você acordou cedo devido a um daqueles pesadelos terríveis que te roubam o sono noite ou outra e já tivesse tomado banho. Aproveitei que estava ali e fui me lavar. A água quente foi de alguma forma refrescante. Eu ainda sentia uma sensação terrível sem motivo aparente. Desci. Vi que você também não estava tomando seu café da manhã. Ainda procurei na sala e na varanda, mas nada de te encontrar. Tomei meu café pensando se você teria dito algo sobre sair mais cedo hoje. Não consegui me lembrar de nada. Provavelmente você precisou ir mais cedo para o hospital, talvez pata alguma cirurgia de emergência. Terminei meu café e fui para o trabalho. No carro tente te ligar, por algum motivo eu precisava dizer que te amava e que queria almoçar com você naquele restaurante que você adora. Ficou chamando até que caiu na secretaria eletrônica. Deixei um recado e desliguei. Esperei que você me retornasse a ligação. Quando chegou a hora do almoço liguei novamente. De novo caiu na secretaria. O resto do dia foi assim, ligações não atendidas e mensagens gravadas no celular. No caminho de volta, ao passar por um supermercado, pensei que você iria chegar em casa com muita fome, pois a rotina do seu trabalho é desgastante. Comprei um bom vinho, uma boa carne para assar e tudo mais que seria preciso para preparar um bom jantar. Chegando em casa preparei tudo. Uma mesa com velas, um vinil de Beethoven ao fundo. Sentei e esperei você chegar. A mesa dava de frente para a porta e para ela fiquei olhando, ouvindo o Mágico dos Pianos e bebendo vinho. De repente o telefone toca, não fui atender, não queria que algo perturbasse a noite que eu planejei. A ligação caiu na secretaria. Espantei-me ao ouvir sua voz dizendo que não queria que eu te ligasse e que quando disse que estava tudo acabado, falava serio. Escutei aquilo perplexo. Mas ouvindo isso ficou tudo mais claro. Entendi o vazio que passei o dia sentindo, percebi que o cheiro que eu sentia era de solidão, parece que eu podia te ver saindo pela porta. Aceitei que você agora era apenas uma cadeira vazia numa mesa posta para dois. Comecei a jantar. O assado estava com um bom gosto, mas desceu como serragem pela garganta. A garrafa de vinho foi esvaziada. Subi. Fui para o quarto e me preparei para dormir. Olhei para sua foto na cômoda e antes de pegar no sono, disse: “Até amanhã meu amor”.

domingo, 23 de maio de 2010

Simplesmente...


Incrível como existe pessoas capazes mudar seu dia.
Não importa os problemas e as tristezas que se tenha,
Ela consegue te fazer ficar bem
Apenas com sua doce presença.
E não importa o quão bom com as palavras você seja,
Nunca conseguira mostrá-la o bem que ela te faz.
Porque coisas assim não podem ser expressas
Por palavras, gestos ou olhares.
Simplesmente se sente.
Mas é tão mágico, tão maravilhoso,
Que você deseja que essa pessoa nunca vá embora,
Pois quando ela se vai, leva junto um pedaço de você.
Pedaço que faz falta... Que faz sofrer... Que faz chorar.
E por mais que você tente,
O momento em que estão juntos é curto e passa voando,
E quando você se der conta,
A mão já não a alcança, suas palavras não são ouvidas,
Suas lagrimas não são vistas e uma parte do seu coração foi com ela.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sempre com você


Você esta longe,
Mas por mais que nossos olhares não se cruzem,
Meu coração enxerga o seu.
Por isso que ler suas cartas com pingos de lagrimas,
Também me faz chorar.
Prometi que sempre estaria com você
E isso é promessa pra toda vida.
Se a vida pesar em seus ombros,
Ofereço-te os meus para dividir a carga.
Se as lagrimas te turvarem a visão,
Ofereço-te as mangas de minha camisa para secá-las.
Se um dia o desanimo cobrir seus dias,
Farei o impossível para ver um sorriso em sua face.
Se você sentir que não conseguirá
Transformar seus sonhos em realidade,
Disponho-me a sonhar com você,
Para que juntos o façamos real.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tristeza


De onde veio toda essa tristeza?
Ela chegou silenciosamente
E pouco a pouco foi tomando seu coração.
Não sabe como surgiu
Nem sua razão de ser,
Mas ela esta ali.
Olhe como ele se mantém firme...
Porque ele não cai?
A maioria das pessoas cairia.
Mas ele prefere seguir,
Prefere engolir as dores,
Rir um sorriso falso,
Criar uma alegria visivelmente triste.
Seus passos estão se arrastando,
Sua voz está chorando,
Seu olhar está perdido.
E tudo isso por uma tristeza ignota.
Ele é forte, segurar as dores não é fácil.
Ele é idiota, ninguém deve ter que suportar
Coisas assim sozinho.
Ele é reservado, não gosta de se mostrar.
Ele é estúpido, guardar não irá ajudá-lo.
Ele é triste.
Sim, concordo, ele é triste.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Vende-se


“Vende-se”. Era o que estava escrito na placa de boas vindas pregada na porta de minha antiga casa. Passei 15 anos longes, estudando e trabalhando. Não há nada melhor do que, depois de tanto tempo, se sentir em casa. Eu estava extasiado. Meu coração passou a viajem toda pulsando de alegria. Aquele simples escrito foi um balde de água fria no meu entusiasmo. Mesmo após todos esses anos morando fora, não posso deixar de me sentir em casa quando olho aquele conjunto de lembranças materializadas.
As portas e janelas convidam-me a entrar e eu aceito o convite – afinal foi para isso que voltei. Para cada canto que olho memórias surgem. O cheiro de nostalgia inundava meus sentidos. Sentia aquele emaranhado de tijolo e concreto falar comigo. Pelos cômodos da casa, apareciam lembranças quase vivas. Vi-me, quando menino, passar correndo quase me atropelando, depois vi meu irmão que corria atrás de mim porque eu tinha quebrado seu carrinho. Vi-me também deitado em minha cama de beliche olhando para o teto, eletrizado pela primeira paixão.
Tocando as paredes eu podia ouvir os sons de minha infância. Ouvia todos os risos, os choros, os gritos, as piadas, tudo. Quando cheguei à cozinha vi minha mãe fazendo meu bolo preferido e eu, ansioso, esperando sentado na bancada, provavelmente eu atacaria-o antes que ele esfriasse. Mamãe tinha o rosto sereno como sempre, ria-se das piadas que eu contava – eu tinha o dom de fazer as pessoas rirem, lamento tê-lo perdido. Não resisti e tentei abraçá-la, mas como fumaça ela se dissipou. Nesse momento vi meu pai que acabara de chegar em casa, assim como antes não me contive e tentei abraçá-lo, mas também o vi desaparecer. A essa altura as lagrimas já rolavam e seria inútil tentar conte-las.
Parece que o choro bloqueou a fantasia e me fez ver a realidade como de fato era: uma casa vazia de moveis, porém cheia de recordações. Ao sair da casa, parei novamente à sua frente, a imagem daquela velha construção era hipnotizante para mim. Li mais uma vez a placa que com poucas letras se desfazia de muitos momentos que me tiraram o fôlego e a voz.
Porem não importa se vão ou não vender a casa. Vigas, massa, tijolos, cimento, tudo isso pode ser vendido, mas a infância que aquela velharia conserva, não há dinheiro que pague nem vida que esqueça.

segunda-feira, 3 de maio de 2010


E agora, o que fazer?
Já não somos os mesmos
Teus carinhos não adiantam
Pois parei de senti-los
Tuas palavras não me alcançam
Nossa frieza nos distanciou
Sentimentos não nos dão prazer,
Este só conseguimos através da carne.
Pedir perdão é irrelevante.
Nosso passado é imutável,
Então pare de lamentar-se.
Se quiseres ir, vá!
Mas antes de partir,
Dê-me mais um abraço,
Deixe-me, uma vez mais,
Deitar no globo do teu peito,
Sussurre palavras desconexas no meu ouvido,
Permita que aos poucos
Eu acelere tua respiração,
Faça teu corpo contrair,
Teus olhos mirarem as estrelas
E, de súbito, te relaxar.
Depois, quando a aurora despertar-te,
Parta, pois o que nos unia
Extinguiu-se com ultimo suspiro da noite.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Menos um...


E naquele dia quando ele acordou, sua mente estava vazia, seu coração parado, sua pele fria e seu corpo inerte. Tentou se levantar, mas nenhum músculo se mexeu. Ele então permaneceu ali, deitado, tentando organizar os flashes de memória que brilhavam na sua frente. Não conseguia fixar o pensamento em nada, queria voltar a dormir e só acordar no dia seguinte. Ele já sabia como hoje seria. Ele iria se levantar, tomar seu banho demorado, tomar seu café da manhã sentado na mureta da varanda com os pés para o alto, depois viria alguém lhe cumprimentar perguntando como foi a noite, ele mentiria dizendo que dormiu bem. Acabado o café ele poria seu copo na cozinha e voltaria à varanda. Ficaria ali até alguém chamar (o que certamente aconteceria). Quando chamassem seria para pedir algo que ele não teria a mínima vontade de fazer, mas que, por pura educação, faria com um largo sorriso na face desanimada. E o dia iria se prolongando dessa forma: atividades entediantes com curtíssimos momentos de relaxamento em que ele esvaziaria sua mente de tudo o que há nesse mundo. Por isso enrolaria para levantar o quanto desse. Tentou dormir torcendo pra que assim ninguém o perturbasse tão cedo, foi inútil. O sono já tinha acabado por completo. Tentou se prender a alguma fagulha de pensamento. Descartou os tristes, o dia por si só já o faria lembrar-se de alguns deles. Procurou os alegres, porem, por alguma razão, estes também soaram tristes. Mas se satisfez com eles. Lembrou os anos passados, lembrou dos amigos que não via há muito tempo, lembrou dos momentos que passou com o amor de sua vida e, conseqüentemente, do fim do romance. Por algum motivo ele esboçou um sorriso ao lembrar-se dela dando adeus. E lá se foram seus pensamentos, vagando no passado, adivinhando o presente e sonhando com o futuro. Ele até que estava gostando da sensação. Entretanto, como o que é bom acaba cedo, ele ouviu passos vindos em direção à porta do seu quarto, já sabia o que era, tinha certeza, mas rezou para que estivesse enganado. Ouviu mãos na maçaneta, quis muito que a porta estivesse trancada por dentro, assim ele poderia fingir que dormia e evitar toda a situação que estava para acontecer. Ouviu os rangidos das dobradiças de bronze que estavam um pouco emperradas por causa do peso da velha porta de madeira maciça. Como estava de costas para a porta olhando para a parede que ficava a no máximo um palmo do seu nariz, pode apenas ficar imóvel. Quem sabe assim eles não desistissem de fazer o que estavam planejando. Mas foi em vão. Começou a maldita cantoria que ele tanto quis não ter que ouvir. As palmas descompassadas acompanhavam a melodia, que aos seus ouvidos soavam como canções fúnebres. Não que ele não gostasse daquela data, não que ele ficasse chateado pela família fazer aquilo, ele só preferia que o ano não tivesse passado tão rápido. Era indiscutível que não dava mais para fingir, ele então virou o rosto para a porta como se estivesse acabado de despertar e viu aquela lastimável cena. O olhar dele era dissimulado. Olhava toda aquela alegria com frieza, com preguiça, com desanimo. Mas ninguém percebeu, todos estavam felizes. Todos menos ele. E a cantoria continuava. Ele decidiu abreviar o tormento e se levantou, abraçou todos, fez algumas piadas, pegou o bolo e pediu para que todos fossem para a sala que ele iria cortá-lo. Todos viraram as costas e começaram a sair do aposento. Ele leu o escrito do bolo que dizia “Feliz Aniversário” e disse: “Menos um ano...”.

sábado, 24 de abril de 2010

Silêncio


Estou só.
E essa sensação é tão incrível,
Tão mágica.
Mas esse é um momento raro,
Um momento onde a casa dorme
E ninguém, alem de mim,
Pode quebrar o maravilhoso silencio que reina.
É o começo do dia
O céu ainda esta em breu,
E não é que eu não esteja com sono,
Mas quero aproveitar ao máximo essa paz.
Caminho pela escuridão dos cômodos,
De olhos fechados contemplo a falta de sons.
Passei o dia esperando esse sentimento:
Estar sozinho com a noite.
Passei o dia sozinho,
Andando com um monte de gente,
Falando, rindo, me divertindo.
Porem essa é a melhor parte do dia,
Estou feliz
Por estar só.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Se quiser


Se quiser ser feliz,
Permita-se à felicidade;
Se quiser ter os sonhos transformados em realidade,
Primeiro você tem que sonhar;
Se quiser ser amada por alguém,
Comece amando a si mesma;
Se quiser amar alguém,
Esteja preparada para risos e lagrimas;
Se deseja viajar nas estrelas,
Comece olhando para o céu;
Se seu desejo for dançar com os ventos,
Sinta a leve brisa que te beija.
Mas se o sonho que você quer realizar
For ser feliz por amar e ser amada,
Corra em minha direção.
Prometo secar suas lagrimas,
Rir seus risos, te levar às estrelas.
Dançaremos nos ventos!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Na noite


Na noite nossos corpos fervem,
Num desejo incontrolável de possessão;
Numa necessidade enorme de caricias,
Em movimentos desconexos dos corpos.

Na noite nossas mãos dançam
Pelos nossos corpos ardentes.
Causando arrepios...
Emitindo sons selvagens...

Na noite nossos corações pulsam
De uma forma suave;
De uma forma rítmica,
Acompanhando o compasso de nossos toques.

Na noite nossos olhos sorriem;
Nossas bocas sentem;
Nossa pele chora;
E nossa alma fantasia.

sábado, 10 de abril de 2010

Olhar perdido


Sentado na varanda de minha casa
Vejo a tarde se tornando noite.
Sei que o vento que sinto
Beijou sua face,
Pois ele sopra seu perfume
Sobre esse corpo desfalecido.
O sol que aqueceu o dia,
Sei que irradiou sua beleza,
Pois vejo suas expressões na aurora
Dessa tarde, antes calorosa,
Agora tênue e fria.
A lua que se assanha no céu
Sei que não voltará a ser tão bela
Quanto na noite que nos amamos.
Os sorrisos que sumiram de meu rosto
Sei que estão perdidos nos seus lábios.
Tentando te encontrar
Não vago por terra alguma,
Não venço abismos nem fronteiras,
Não sofro nem choro,
Apenas fecho os olhos.
Basta isso para te ver
E sentir-me extasiado por sua beleza.
Sinto falta de sua presença,
De suas mãos macias entre meus cabelos,
De suas palavras meigas ao meu ouvido,
De sua pele quente junto a minha,
De seu olhar perdido nos meus.

domingo, 4 de abril de 2010

Lágrimas rubras


Hoje uma saudade incomum maltratou meu espírito.
Senti que meu sangue congelava,
Minha carne endurecia,
Meu peito parecia estar se dilacerando.
Tremia sob um sol de verão.
Um mal estar foi tomando conta de mim.
E aos poucos eu não sabia o que acontecia.
Sentia-me mal!
Gotas de sangue pingavam de meus olhos,
A sua ausência já destruiu minhas veias e coração.
Minhas lagrimas estão rubras,
E minha paz, negra.
Por que naquele ultimo abraço
Você levou minha alma junto?
Hoje, olhando para a carta que você escreveu,
Não sei o que sinto.
Não é aquele sentimento de antes,
Mas também não é total indiferença.
Hoje, vendo o que suas palavras dizem,
Percebo que você sempre viveu em entrelinhas.
Hoje, ouvindo você dizer que quer voltar,
Que está arrependida de ter partido,
Sinto que seu amor nunca me fez falta.
Hoje, tendo você de volta,
Percebo que a saudade que senti
Não foi dos seus carinhos,
Foi do seu corpo...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Olhos


Os olhos são tradutores.
Traduzem o sorriso que não cabem nos lábios;
Traduzem os sentimentos que palavras não conseguem;
Traduzem a dor existente num coração magoado.
Os olhos são traidores.
Dizem sim quando a boca diz não,
Persiste quando o corpo cai,
Segue quando a alma desiste,
Revela o que se luta para esconder.
Um olhar tem o poder
De criar ou destruir um amor.
Não existe mentira
Por mais bem contada
Que não seja descoberta
Quando se observa os olhos da pessoa.
Os olhos não mentem, enganam ou escondem.
Os olhos são o que de mais puro
Alguém pode ter.
Então não me diga que você está bem
Enquanto seus olhos se afogam em lagrimas,
Não diga que seu coração está inteiro
Enquanto vejo seus pedaços em suas palavras,
Não me diga que está feliz,
Enquanto seu corpo chama pelo meu.

domingo, 28 de março de 2010

Caminhos


E agora o que faremos?
Cada um deve seguir sua vida?
Mas se eu disser que você é minha vida?
Isso significa que eu devo te seguir?
Mas o caminho que você tomou
Não permite que eu vá junto.
Devo ficar aqui e te ver sumir
Envolvida nas trevas que você criou.
Eu queria poder estender a mão
E encontrar a sua.
Queria poder abrir os olhos
E ver que você ainda esta aqui.
Queria convencer meu coração
Que você nunca existiu,
Que tudo não passou de um belo sonho
Assim, quem sabe, não doeria tanto.
Mas eu não consigo apagar
A dor da lembrança
Nem a dor do frio vazio que você deixou.
Tá difícil manter o disfarce,
Não gritar a angustia que me atormenta.
Tá difícil dizer que fiquei bem
Quando na verdade eu queria ter ido com você.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Insônia


Era para eu estar dormindo
A lua já esta alta no céu,
Mas não tenho sono
Minha mente vaga pelas minhas lembranças
Procurando risos e lagrimas,
Relembrando sonhos e ilusões,
Avivando desejos e criando fantasias,
Piorando a dor da saudade...
Mas de repente ela para,
Aquieta-se, devaneia,
Encontrou um rosto,
Ouviu uma voz ecoar por todo canto.
Provoca em mim uma angustia no peito.
Minha alma chora!
Era você!
Estendo a mão, tento te tocar,
Mas você desaparece.
Grito seu nome.
Em forma de silencio você responde,
Diz que não vai voltar.
Que nada será como antes.
Mas eu não acredito nisso,
Acredito na esperança,
Pois pode o destino ter te levado;
Pode o horizonte onde se perdeu ser inatingível;
Pode a vida criar abismos entre nós;
Pode minha voz se calar,
Mas toda vez que se lembrar de mim, nascerei de novo
Toda vez que me procurar, estarei lá
Enquanto me amar, viverei.
Irei ser seu apoio quando ameaçar cair
Guiarei teus passos para a felicidade
Aquecerei seu coração
Amarei-te...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Bailando no céu


Não se envergonhe das lagrimas que choro,
Não fuja assim dos meus abraços,
Não ignore esse amor que lhe entrego,
Não se desfaça desse coração que te dei,
Não tenha raiva das palavras que digo,
Pois minhas palavras, amor,
Coração, abraços e lagrimas,
Só traduzem o carinho sincero que lhe devoto.
Atenda ao pedido dessa alma perdida
Que só pela esperança de ter felicidade
Ainda habita este vil pedaço de carne.
Não transfigure as palavras
Que vem como grito desesperado do seu coração,
Não tente manter os olhos secos
Quando sua alma esta em pranto.
Venha! Ame, arda, deseje...
Se entregue a essa paixão
Que retratada por grandes poetas,
Pois fim em brigas de famílias
Superou diferenças sociais,
Matou, criou, sofreu, sobreviveu.
Venha! Se entregue aos meus abraços,
Tire meu fôlego com um beijo,
Queime meu corpo com o calor do seu,
E assim, quando, mais alegria
For impossível existir,
Possam nossos lábios sorrirem
E nossas almas bailarem no céu.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Leve-me


O Sol se ofusca quando se depara com tamanha beleza.
As rosas se pudessem
Sentiriam inveja da maciez dos teus lábios
Não há pássaro, nesta ou em outra terra,
Que tenha um canto que se compare ao teu.
Tua presença extingue meus suspiros,
Cala meus desejos,
Supre minhas vontades.
Oh musa que inspira minhas palavras
E me embala nos mais deliciosos sonhos,
Leve-me! Leve-me para onde quer que os ventos soprem.
Não me importo com qual será meu destino,
Não me importo se vivo ou morto,
Não me importo se rico ou falido.
Nada de material ou imaterial pode superar
A estima que lhe tenho.
De todo meu ser eu lhe rogo
Que aceite essa humilde poesia,
É a única coisa que tenho a oferecer,
Pois meu coração e minha alma
Já me roubas-te há muito tempo.

sábado, 20 de março de 2010

Quantas vezes


Quantas vezes pedi aos céus
Que me arrancassem o coração
Para não mais sentir essa dor,
Causada pela sua ausência.
Quantas vezes fechei os olhos
Para que eles não se perdessem nos seus.
Quantas vezes mudei de caminho
Para não me aproximar de você
E me embebedar com seu perfume.
Quantas vezes eu falhei.
Tentando não te amar,
Perdi o coração.
Tentando não te ver,
Perdi a lucidez.
Tentando não ficar com você,
Perdi a sanidade.
O que me resta são paginas em branco
E uma alma atormentada.
Com a pena na mão,
Choro palavras.
Com a felicidade distante,
Escrevo ilusões.

sábado, 13 de março de 2010

Castelo de areia


O sorriso que fazia o tempo parar,
A voz que traduzia amor,
A presença que exalava paz,
Tudo isso ficou no passado.
Tudo voou.
Assim como essas palavras voaram.
Todo o sentimento daquela época
Transgrediu e se dissipou
Na imensidão do silencio entre nós.
É melhor esquecermos nossas promessas,
Já não tem sentido cumpri-las.
Hoje, relembrando as nossas juras de amor eterno,
Vejo como éramos tolos.
Com o passar do tempo,
Sua presença ficou vazia,
Seus abraços eram frios
E seus beijos indiferentes.
Começamos a nos sentir desconhecidos.
Nossa relação era um castelo de areia a beira-mar.
Bastou uma pequena onda para que tudo desmoronasse.
Cada grão que ergueu aquele castelo se separou,
Tornou-se parte de um universo infinito.
Agora são pequenas partículas solidas
Dispersas num oceano de lembranças

segunda-feira, 8 de março de 2010

Último pedido


A madrugada está acabando
Daqui a pouco os raios da aurora
Inundarão os olhos teus
Com seus raios de beleza
E eu já não mais estarei aqui.
Terei sumido junto com noite,
E passarei a viver como as estrelas.
Você não poderá me ver
Enquanto a luz da tua viva permanecer acesa.
Mas saiba que sempre estarei aqui,
Sempre estarei ao teu lado.
Então devo aproveitar este breve momento,
Para te dizer que não deixe que coisas ruins
Manchem as paginas da tua historia.
Devo te pedir para não chorar,
Mas se for fazê-lo, que seja de alegria.
Também não fique com raiva,
Isso não vai ajudar a deixar tudo mais fácil.
Já esta na hora de acordar.
Veja que lindo amanhecer,
Veja como nada mudou no mundo
Depois que o destino me levou.
Esta na hora de eu partir!
Mas antes te peço uma ultima coisa,
A coisa mais importante.
Continue vivendo!
Viva como se cada dia fosse o passo de uma jornada,
Pois sem o passo de hoje,
O de amanhã não poderá ser dado.
Siga em frente, não desista dos seus sonhos,
Porque são os sonhos que nos direcionam na vida.



(uma conversa, saudade, amizade, um conselho... a essas coisas agradeço por terem sido a inspiração desta pequena poesia...)

quinta-feira, 4 de março de 2010

Indecisão

Tentei por vezes escolher

Entre o sim e o não,

Entre o certo e o errado,

Entre o desejo e a razão.

Tomei decisões, mas voltei atrás em todas.

Fechava os olhos por horas,

Tentando lembrar como era a vida antes de você.

Arrisquei imaginar a vida hoje sem você.

Em ambas só vi um vazio.

Não consigo assumir que você faz tanta falta

Não devo... Não quero...

Às vezes me pego pensando

Na primeira vez que te olhei nos olhos,

Fiquei perdido, viajando por aquele céu negro.

Mas um dia perdi meu chão

E todas as minhas esperanças

Foram levadas pelo vento daquela tarde de outono.

Não havia nada a ser feito.

E hoje estou aqui,

Tentando apagar a memória de você sumindo no horizonte;

Tentando mudar, tentando acabar com essa indecisão,

Tentando pegar o telefone

Para te dizer

Que se um dia o sol brilhou para mim

Foi quando ganhei um sorriso seu.